Wednesday, April 25, 2007

vii.agra e o taj mahal


Quantos de todos os edifícios construídos até hoje foram feitos por um insuperável desejo de amor? Para além da morte, os reflexos e as cores todas reflectidas no mais branco de todos os mármores, que superam o tempo e a história. A mais eterna de todas as histórias de amor. A mais eterna obra de arquitectura.


O Taj Mahal construído como túmulo da mais bela das princesas do rei mongol deveria ter um outro edifício, uma réplica igual mas revestida com mármore negro, que seria o túmulo do próprio rei. Unidos pela passagem do rio ali ficariam, fixando-se para sempre os dois amantes, petrificados nas pedras de mármore.


A beleza do Taj Mahal está na única coisa que daqui, nesta mera versão fotográfica da realidade, não vemos: os detalhes. São os detalhes que imprimem coerência a todo o edifício: nada é pintado, tudo é pedra e mármore de cores diferentes; as arestas são duplas e limpas, reforçam os diversos planos da fachada; há as molduras dessas janelas pequenas; há essas frases escritas na fachada com mármore negro; essas torres verticais e há essa luz que reflecte no rio e prolonga o edifício todas as manhas, todos os dias, todas as noites, quando a lua é a única testemunha desse amor mármore.
imagem
imagem: taj mahal (abril 2006)
pedro bismarck.2006.06

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